sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mudar

Somos um bocadinho avessos à mudança, mesmo quando as coisas não estão muito bem, temos tendência a relativizar, a acreditar que é uma fase passageira e vamos adiando decisões que nos levam à mudança.
Mudar implica sair da rotina, sair da nossa zona de conforto, requer algum esforço que, para pessoas preguiçosas e comodistas como eu, às vezes leva o seu tempo, mas, como diz o provérbio : " Água mole em pedra dura tanto dá até que fura."
Este ano estou determinada a fazer algumas mudanças, umas maiores que outras mas necessárias para que eu reencontre o meu equilíbrio e evite que a minha vida se torne num pântano.
A 1ª decisão ( que não tomei de ânimo leve ) foi inscrever a minha filha mais nova num infantário; ela tem 3 anos e desde que o ano lectivo começou que temos tido uma relação de conflito na sala, ela desautoriza-me em frente aos colegas, faz birras descomunais e eu passo o dia a ralhar com ela, cheguei a um ponto em que estava a sentir-me mal fisicamente além de que estava  afectar a qualidade do meu trabalho e o desenvolvimento cognitivo dela ( já para não falar de como estava a afectar a nossa relação mãe/filha).
Portanto, está decidido, 2ª feira lá vai ela para a nova escolinha e acho que esta decisão só nos vai beneficiar, não só a mim, enquanto educadora mas principalmente enquanto mãe, e a ela pois vai permitir-lhe crescer sem estar sempre debaixo da asa dos papás ...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Rua dos gatos

A rua chama-se Rua Ribeiro de Carvalho, mas para o meu marido é a rua dos gatos !
O colégio inicialmente funcionava nesta rua e quando o meu marido era criança passava por aqui com a mãe e a avó ( que eram ambas professoras primárias no colégio) e contam que vivia uma velhinha na Vila das Rosas, que estava quase sempre numa janela do piso térreo, que ficava à altura do passeio, e então juntavam-se ali 15 e 20 gatos que a velhinha alimentava e que entravam e saíam de casa dela pela janela.
Encontrei apenas um gato e várias janelas e portas fechadas, por onde já ninguém espreita, e portões por onde já não passa ninguém.
Casas tão bonitas, com pormenores tão únicos e especiais, também elas ao abandono; penso que já não deve existir mais nenhuma rua do Cacém que ainda conserve este tipo de habitação, todas as outras foram destruídas para darem lugar a mais um prédio... é isto o progresso? Arrasar com o passado para construir uma enorme floresta de betão?









domingo, 26 de janeiro de 2014

Ovo à la coque

Os meus pais sempre tiveram galinhas e têm o cuidado de escolherem sempre uma ou duas galinhas poedeiras , portanto de vez em quando a minha mãe manda-nos uns ovinhos biológicos que têm todo um outro sabor.
Quando era criança, lembro-me que por vezes, a minha mãe fazia ovo à la coque para mim e para a minha irmã; 1º adorava as tacinhas onde eram servidos os ovinhos, quase que parecia uma peça de brincar e depois adorava o ritual de partir a casquinha com uma colher a toda a volta do ovo, abrir a tampinha e ver se o ovo tinha ficado no ponto. E ficava, perfeito!
É estranho pois quando penso nisso consigo ver-me a mim e à minha irmã, crianças, de costas, sentadas à mesa da sala com as nossas colherzinhas a bater na casca do ovo, como se eu fosse uma espectadora ... mas eu não posso ser uma espectadora de mim mesma ... a memória é uma coisa tramada!
Outro dia quando fui a casa dos meus pais, lá estavam as tacinhas no armário, perguntei à minha mãe se mas dava para também eu fazer um ovinho à la coque para as minhas filhas, ela disse que sim e ontem lá experimentei.
Há anos que não comia um ovo assim; cozeram durante 4 minutos, deviam ter sido 3, não ficaram tão bons como os da minha mãe, mas só a sensação de voltar a repetir o ritual ao fim destes anos todos na mesma tacinha trouxe-me uma sensação de conforto, gratidão e alegria de ter vivenciado essas pequenas experiências.



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Histórias de Aqua Alba - Quinta da Bela Vista

A semana passada ajudei a minha filha mais velha (que anda no 3º ano) a fazer um trabalho sobre a história do Cacém. Embora já conhecesse de passagem grande parte dos espaços que fazem parte da sua história, nunca fui propositadamente vê-los in loco, mas quanto mais lia mais vontade tinha de conhecer o seu passado.
Com vestígios da era pré-histórica e com documentação que data do séc. XIII, o Cacém sempre foi uma área habitada; desde a ocupação romana, passando pela ocupação muçulmana ( que tantos vestígios deixou no concelho de Sintra), a sua própria localização, entre Lisboa e Sintra, fez com que cada vez se fixasse aqui mais gente; mas mantendo sempre as suas características rurais, e ainda no início do século passado era constituído essencialmente por grandes quintas; no entanto nos anos 60 assistiu-se a um boom de construção desenfreada que acabou por transformar o Cacém numa das maiores cidades do distrito de Lisboa onde vivem milhares de pessoas e onde convivemos com imensos problemas urbanísticos e sociais.
Hoje, aproveitei o dia de sol, para ir visitar o 1º dos sítios que fazem parte deste roteiro histórico que pretendo fazer; trata-se da Quinta da Bela Vista onde viveu Joaquim Ribeiro de Carvalho, figura ilustre do século passado no Cacém.
A Casa encontra-se em avançado estado de abandono e degradação, apesar de ainda manter alguns painéis de azulejos em bom estado, muitos dos muros estão vandalizados e actualmente a casa serve de ponto de encontro para muitos toxicodependentes.
Uma cidade da dimensão do Cacém e com o seu património histórico-cultural devia preservar melhor este tipo de imóveis; o Cacém merecia ,por exemplo, que aqui funcionasse a biblioteca, em vez do sítio onde ela está localizada; ainda para mais as traseiras desta casa dão para um parque ( antigos terrenos da Quinta ) que foi recuperado pelo projecto de requalificação urbana Polis, mas que também já começa a dar sinais de degradação.
Eu sei que as autarquias têm poucas verbas, mas se não preservarmos este tipo de património, dentro de pouco tempo o que restará serão apenas algumas fotografias e vagas histórias de pessoas que ajudaram a construir esta terra.














My favorite things - Música




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Flores de Inverno


Discretas e delicadas, quase não damos por elas ao passar, refugiados debaixo do guarda chuva.
Hoje parei para lhes dar os bons dias e convidei-as a entrar :)










terça-feira, 21 de janeiro de 2014

WTF ??

Até imagino como começou : uma equipa de criativos da Disney estava entediado; um pintou um dentinho à Cinderela, outro fez um bigodinho à Branca de Neve e às tantas, depois de as terem estraçalhado todas, eureka ! Surgiu esta "moda" das bonecas zombies!
Expliquem-me qual é a graça de ter umas princesas em estado de decomposição ? Qual é a  graça de ter bonecas mutantes ?
E como se já não bastasse ter de levar com as bonecas lá no colégio, os miúdos ainda passam o tempo todo de braços estendidos a "brincarem" de mortos vivos e a dizerem " cérebroooo  cérebroooo " ...
Tirem-me deste filme ! Ainda por cima detesto filmes de terror !


domingo, 19 de janeiro de 2014

Biblioteca de Sintra

Até tenho vergonha de admitir, mas desde que a "nova" biblioteca foi inaugurada ( em 2003 ) ainda não tinha lá entrado...
Quando andava na faculdade, e antes do boom da internet, era frequentadora assídua da biblioteca, no antigo Palácio de Valenças, entretanto terminei o curso, a biblioteca fechou e quando esta abriu a curiosidade de conhecer o novo espaço nunca se concretizou, até ontem!
Ontem decidi levar as miúdas a passar uma tarde na biblioteca; as infraestruturas são muito boas, as pessoas que lá trabalham são extremamente simpáticas mas o que eu mais gostei foi de ver a biblioteca cheia, mesmo cheia, não havia uma única mesa vazia . Além dos jovens que lá estavam a estudar, havia sempre gente a entrar e a sair, para entregar um livro ou um DVD, e pais, tal como nós, com os seus filhos .
As salas de leitura dividem-se em dois espaços: no 2º andar funcionam, em salas distintas, a ala infantil e a sala de leitura onde se encontram maioritariamente os livros, digamos, académicos; no 3º piso, numa espécie de mezzanine, funciona a outra sala onde podemos encontrar literatura mais generalista, essencialmente romances, poesia, cartoons etc.
A 3ª sala tem uma vista soberba sobre a vila velha, com as chaminés do Palácio da Vila a destacarem-se na paisagem por entre os ramos despidos das árvores; tinha tanta vontade de tirar uma foto mas não me atrevi a sacar da máquina fotográfica pois achei que seria um acto completamente deslocado e desrespeitoso ( só tirei uma na sala infantil, mas a vista não era a mesma ) ...
Passamos a maior parte da tarde na ala infantil, claro, as miúdas divertiram-se a ver os livros, a fazer jogos e a pintar; entretanto tratei do meu cartão de leitor e trouxe o 1º de muitos livros que pretendo trazer da biblioteca em futuras  ( e mais assíduas ) visitas!







o que me leva à 3ª resolução ...




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Por aqui, por ali e por lá

Os bolbos que semeei já começaram a germinar; ora mais delicados ora mais exuberantes, a beleza, essa, é sempre surpreendente !




Lembram-se de vos ter falado numa quinta em Rio de Mouro cuja casa ardeu mas que o jardim continuava a ser cuidadosamente tratado ? Outro dia parei e tirei umas fotos, enquanto a vizinha da frente me olhava com um ar inquisidor :)






Por lá descobrem-se pequenos tesouros ...



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Secret garden

Esteve sempre lá, aquele pequeno portão emoldurado por uma espessa camada de heras; estacionámos lá inúmeras vezes para ir até ao jardim municipal ou dar um passeio à beira mar; de vez em quando questionávamo-nos  onde ficava afinal o jardim Marquês de Pombal, até porque é lá que se realizam alguns concertos do EDP Cool Jazz, mas nunca perguntámos ... 
E afinal esteve sempre debaixo do nosso nariz; uma entrada discreta, inexistência de sinalização, faz com que este jardim passe despercebido a muita gente, o que é uma pena ( ou não ) !
Talvez a maioria das pessoas pense que aquele portão faz parte da câmara municipal e que é propriedade privada, não sei, sei que fiquei feliz por finalmente conhecer este jardim !
Pouca gente, amplos relvados, árvores centenárias, recantos pitorescos,um palacete dentro do estilo do Palácio de Queluz com interessantes painéis de azulejos e bonitas esculturas e escadarias...  um espaço sem dúvida a regressar muitas mais vezes, seja em que estação for.
Mas ... shiiiuuu guardem segredo sim ;)





sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Engolir sapos

Quando uma mãe me diz que acha que eu devia estar mais avançada na " matéria " porque o filho já faz contas de somar e de subtrair e que é no 2º ano que ele vai fazer os exames ... eu explico-lhe que ele tem 5 anos e que ainda está na pré escola e que tem muito tempo para dar essas "matérias " e preocupar-se com os exames do 2º ano; que agora existem outros assuntos mais pertinentes e adequados a serem abordados e trabalhados...
Quando recebemos em troca um torcer de nariz em jeito de "huuummm  tenho as minhas dúvidas " dá mesmo vontade de mandar tudo às urtigas !
Ou 8 ou 80, ou tenho pais que acham que os filhos são eternamente bebés ou então tenho aqueles que acham que eu já devia dar o teorema de Pitágoras ...
Hoje foi mesmo um daqueles dias em que questionei muito o meu percurso e o meu papel  enquanto educadora.
Para já resta-me engolir "o sapo" ! Nada que uma boa caneca de leite com café e uma fatia de pão com uma generosa camada de Nutella não resolva ( ou pelo menos ajuda a engolir mais depressa ) e afinal hoje é sexta feira e as minhas revistas favoritas já chegaram !!




Bom fim de semana !


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Chão Verde

É assim que se chama a casinha para onde costumamos ir nos fins de semana e férias; já tinha este nome quando os meus pais compraram o terreno no início da década de 80 e assim ficou . E eu gosto tanto !
Primeiro era só um terreno com um pequeno pinhal à frente e muitas macieiras atrás; costumávamos ir até lá passear ou fazer piqueniques com a família e amigos, às vezes fazíamos uma fogueira no chão e comíamos em cima das mantas, outras vezes levávamos já a panela com o estufado, abríamos os taipais da carrinha e a carroçaria fazia de mesa para o banquete !
Entretanto os meus pais construíram uma pequena casinha, só com dois quartos e uma cozinha; não tínhamos água canalizada nem electricidade e era uma aventura ir lá passar um fim de semana !
Mais tarde alargamos a casa e construímos uma sala com cozinha em open space; já tínhamos água canalizada mas continuávamos sem electricidade, quando anoitecia ligávamos um candeeiro da campingaz  e passávamos o serão a jogar dominó ou ao jogo da memória, ou então atravessávamos o pinhal com uma lanterna e íamos para casa dos vizinhos e ali ficávamos na conversa até às tantas !
Guardo recordações maravilhosas dos tempos que passei nesta casinha com os meus pais e a minha irmã e fico muito feliz por poder continuar a tecer esta teia de histórias e memórias agora com o meu marido e as minhas filhas.
Foi na praia da Aguda que aprendi a nadar e conheço esta praia como a palma da minha mão; continua a ser um bálsamo descer pelo caminho por entre canas e macieiras, vislumbrar um coelho ou uma perdiz e finalmente chegar ao cimo da arriba e levar com aquele mar todo, nada se compara , lava-me a alma !
É para esta casinha que quero ir viver um dia, até lá vai servindo de refúgio de fim de semana e férias. Enquanto se fazem planos e organiza-se a vida esse sonho vai ficar em stand by...
Entretanto temos partilhado a casa com amigos que vêm passar férias a Portugal, todos ficam encantados e rendidos à calma e privacidade que se faz sentir nesta casa e perguntam-nos porque não alugamos a casa para que outras pessoas possam usufruir não só da tranquilidade da casa como da proximidade das praias e da vila de Sintra e arredores.
Foi seguindo essa sugestão que colocámos a casa no site Airbnb para que outras pessoas possam usufruir da casa durante o resto do ano  e desta forma podermos também ter uma fonte extra de rendimentos.
Convido-vos então  a conhecer a casa do Chão Verde ! Sejam muito bem vindos :)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

sábado, 4 de janeiro de 2014

No Inverno

Com o Inverno vem o frio, o vento e a chuva; os dias ainda são pequenos e pedem recolhimento.
Confesso que me sabe muito bem ficar em casa, de pijama e pantufas, a ver os meus programas de televisão preferidos ou a fazer um bolo, enquanto chove lá fora.
No entanto nem todos os dias são de chuva intensa, e o Inverno traz também detalhes e cenários naturais de uma beleza rara : o mar revolto, as árvores despidas e a natureza pintada em tons de verde escuro, castanho e cinzento.
Como referi anteriormente, uma das minhas resoluções de ano novo é contrariar a preguiça que muitas das vezes toma conta de mim; se por um lado me sabe bem passar o dia em casa, por outro, principalmente ao final do dia, acabo por me sentir um bocado claustrofóbica e triste por ser tão preguiçosa e não fazer um esforço para sair de casa com as crianças e fazer algum programinha interessante.
Outro dia ao pesquisar na net por " actividades interessantes para fazer com crianças em dias de chuva", achei bastante curioso os resultados de pesquisa que fui encontrando. Quando pesquisei em inglês apareceram vários sites ( principalmente americanos ) com sugestões muito giras para fazer com as crianças no exterior, no entanto quando pesquisei em português apareceram actividades engraçadas, que habitualmente já faço com as minhas filhas, mas todas no interior.
Acho que tem a ver sobretudo com questões culturais mas o que eu pretendo é encontrar um meio termo que me permita usufruir de dias caseiros e preguiçosos e de outros de aventura e descoberta, não só para mim como ( e principalmente ) para as minhas filhas; onde possamos dar caminhadas no meio da natureza ( e nós com a Serra de Sintra aqui tão pertinho ), observar as árvores e as plantas, as pedras e o musgo, os pequenos animais, chapinhar nas poças ou fazer bolinhos de lama ... acho que só o facto de estarmos ao ar livre no meio da natureza já é uma experiência enriquecedora !
 
 
 
 



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014